Estou feliz... é estou sim.Ontem passei o dia falando de relacionamento, das concessões, dos acertos, dos erros, das possibilidades e tudo por causa do amor.Sou cada vez a pessoa menos adequada para falar sobre o amor. Definitivamente não sei falar mas acho que me dou bem, tenho jeito pra coisa. Ou tenho sorte. Ou mereço. Amor é ou não é. Amor só é quando SIMPLESMENTE acontece, dá certo. Amor é o olho que bate e a certeza que se revela: é com essa pessoa que eu vou passar o resto da minha vida. E isso sem que o outro tenha feito nada. Amor é justamente aquele que funciona mesmo quando tudo parece querer indicar o contrário.Mas historias de amigos, parentes e conhecidos me fazem pensar se acredito em romances viáveis, aqueles romances na oferta do dia, com clichês e lugares comuns tamanho grande pelo mesmo preço, romances normais, que na ausência do amor verdadeiro, ou na incapacidade de aceitá-lo, reconhecê-lo, cultiva-lo ou arcar com a responsabilidade inerente, podemos viver romances que nos sejam, digamos, adequados socialmente? Suponhamos que as partes em questão não se amem, mas possam se acrescentar coisas, não pode um relacionamento onde haja essa troca de acréscimos se sustentar em termos semelhantes ao amor? Se ambos os envolvidos sabem o que querem e estão de acordo em abrandarem suas solidões juntos, não é essa união legítima, viável e satisfatória, aquela que o tempo apagou a chama mas que continua por conveniencia? Na falta de coisa melhor, algumas pessoas não deveriam transformar isso em uma relação o mais benéfica o possível?Não falo só de dinheiro. Falo de conforto emocional, ou estabilidade afetiva. Gostar de alguém não parece melhor do que não amar ninguém?A resposta eu não sei. Por que AGORA só amo quando é de verdade. Minhas tentativas de amor viável remetem a um passado não muito distante (coisa de um ano e quase dois meses, rsrs). E depois de experimentar o amor-amor mesmo-, não consigo agüentar um romance viável nem por um mês.Hoje vivo um novo amor verdadeiro e definitivo. Tenho a certeza que me é indispensável. Vejo o letreiro “para sempre” luminoso. E seguirei a sua luz enquanto a enxergar ou, pelo menos, sentir o seu calor, desviando dos obstaculos e aceitando numa boa os imprevistos. Vivo esse amor que me traz a saciedade da comida caseira e que em noites quaisquer se dá ao luxo de virar comida de festa.Não critico ou menosprezo os romances de prato-feito. Os romances da McOferta do dia. Eu sei que temos dias em que a pressa e a fome urgem e que precisamos de fast-food. Mas não vamos nos atracar em qualquer boteco, mesmo com fome e pressa queremos uma comida confiável, ou que atenda padrões globalizados de qualidade. Um lanche clichê é a solução, mas temporária. Cuidado com o consumo exagerado de lanches padronizados pela sociedade. Eles podem afetar o seu paladar, podem lhe retirar a sensibilidade e a paciência que a boa mesa exige. A boa mesa, como o amor verdadeiro, deve ser apreciada com calma e concentração, pois cada porção é única e deve ser saboreada ao máximo.Sem falar, que esses lanches, todo mundo sabe, podem destruir seu coração.A receita, caso exista, parece ser a que sempre ouvimos. Mais um clichê com o atestado de veracidade do tempo. Hábitos saudáveis são o segredo de uma alimentação equilibrada. Hábitos saudáveis são o segredo para se reconhecer o grande amor. Mantenha seu coração no peso certo, submeta-o a exercícios na medida certa, sem exageros, e permita-se vez por outra, cometer alguns excessos. E experimente temperos novos, conheça novas cozinhas. Mantenha seu paladar aguçado e desenvolva sua capacidade de apreciação. E quando encontrar o sabor que sempre procurou, bom, aí caia de boca, se lambuze, repita, e peça mais.Mais, mais, mais...
Bjs.